8 de agosto de 2011

SHEKINAH

 por Rev. Ângelo Vieira da Silva

A maioria das pessoas traduz o termo
shekinah como a glória de Deus manifesta. Contudo, os próprios defensores reconhecem que esta expressão não está na Bíblia. Historicamente shekinah é o equivalente judaico mais próximo do Espírito Santo, o que não parece ser correto. O termo é posterior à Bíblia. Sendo extra-bíblico aparece nos targuns e foi usado pelo talmude. A grande pergunta é: devo me utilizar em cânticos ou prédicas de um termo que nem mesmo aparece na Bíblia com este significado para descrever a doutrina da manifestação de Deus ao homem? Aparentemente não.
O vocábulo hebraico
shekinah não aparece na Bíblia. Mas o verbo shakan, que se traduz por habitar, morar ou residir aparece em muitos lugares. Em Ex 3.22 e Rt 4.17 o verbo shaken é traduzido por vizinho. Os adeptos do uso do termo enfatizam que é usado para a habitação de Deus na coluna de fogo e sua glória manifesta no Monte Sinai, no Propiciatório entre os querubins, no Tabernáculo, no Templo. Bom, todas estas expressões no hebraico têm outras palavras que a designam. Vejamos quatro exemplos principais:


Coluna de Fogo - amud esh
Glória de Deus - kabod yahweh
Coluna de Nuvem - amud hamud
Fumaça - hasan

Bom, se alguém definir
shekinah como manifestação visível da glória de Deus, não está falando de shekinah, mas de teofanias, que possuem várias formas e propósitos.

Há vários problemas ao redor da temática. O termo shekinah tem uso esotérico, por exemplo. De acordo com a concepção
cabalística e do ramo hassidísmo do judaísmo, a Shekinah é uma energia cósmica poderosíssima, que habita no "interior" do Universo e vivifíca-o, sendo a sua "alma" ou "espírito". Na Cabala esotérica, Shekinah é a essência do Ain Soph que, emanado, ficou preso ou enroscado em Malkuth, sendo correspondente à Shakti ou Kundalini na tradição esotérica oriental da Yoga. Segundo o livro cabalístico Zohar, a evolução do homem é o processo em que o pólo feminino do Divino (Shekinah), presente potencialmente na criação e no homem (Malkuth), se une ao pólo masculino da Divindade, Kether. Tal reunião é na tradição rosacruz representada pelas Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreutz. Segundo a tradição da Cabala, a reunião dos dois pólos da Divindade resulta em uma Consciência Cósmica ou crística, de união do homem e do Divino, resultando no Homem-Deus ou Cristo. Tal estado de consciência é equivalente na Yoga, ao Samadhi, a consciência produto de quando Shakti, o pólo feminino do divino, presente no Chakra da base Muladhara, se une a Shiva, o pólo masculino do divino presente no Chakra Sahasrara, no topo da cabeça, resultando no Avatar, a encarnação humana do Divino, do Cósmico. Na tradição esotérica egípcia, o equivalente é a união entre Ísis e Osíris, resultando em Hórus, o Homem-Deus. Tal união é em todas as tradições esotéricas, a iluminação, a iniciação.
Outro problema é o uso judaico do termo shekinah, inda que menos do que o parágrafo anterior. Shekinah aparece no meio de pelo menos um "minyan" de adoradores quando eles oram na congregação, e de dois ou mais judeus quando eles se ocupam no estudo da Torah, ou em um homem quando ele recita o Shema. O shekinah habita no puro, no benevolente, e no hospitaleiro, e no marido e esposa quando eles vivem em paz e harmonia.

Bom, se Shekinah representa a presença majestosa de Deus e Sua decisão de "habitar" (shakan) entre os homens, podemos aceitá-la como poesia, mas não como doutrina. Esta expressão foi tomada das passagens que dizem respeito à presença de Deus na qualidade de residente no tabernáculo terrestre entre o povo de Israel (Ex 5.8; Ex 29.45-46; Nm 5.3; Nm 35:34; I Re 6.13; Ez 43.9; Zc 2.14). Teriam os cristãos este discernimento? Portanto, seria irrelevante usá-la visto que a habitação máxima de Deus em nós hoje é feita pelo Espírito Santo, e não mais por meio das figuras do Antigo Testamento.

Se não sabe fazer igual então nem tente...


Recentemente, um grande seminário foi realizado para os ministros em treinamento. Entre os convidados estavam muitos conhecidos palestrantes motivacionais. Um desses corajosamente se aproximou do púlpito e, reunindo atenção toda a multidão, disse:

 - Os melhores anos da minha vida foram passados ​​nos braços de uma mulher que não era a minha mulher!
 A multidão ficou chocado! Ele seguiu dizendo:
- E aquela mulher era minha mãe!

A multidão explodiu em gargalhadas e deu o seu discurso, que foi mais além.

     Cerca de uma semana mais tarde um dos ministros que participaram do seminário decidiu usar essa piada em seu sermão. Como ele timidamente se aproximou do púlpito um domingo ensolarado, ele tentou ensaiar a piada em sua cabeça. Parecia um pouco nublado com ele esta manhã. Chegando ao microfone, ele disse em voz alta:
 - O maior ano de minha vida foram passados ​​nos braços de outra mulher que não era a minha mulher!
Sua congregação ficou chocada. Depois de ficar lá por quase 10 segundos para tentar recuperar a segunda metade da piada, o pastor, finalmente, deixou escapar:
- … e eu não consigo me lembrar quem ela era!