22 de janeiro de 2012

Crentes "Raimundo": nunca estiveram tanto no mundo como hoje

Confesso que fico assustado com os tipos de conversa e os tipos de fotos que tenho presenciado nesse diversificado mundo gospel.

Grupos de cristãos, ou, sei lá, “pseudocristãos”, têm apresentado, com grande orgulho e alegria, fotos e imagens em shows do Rappa, Ana Carolina, Ivete Sangalo, Lenine e outros artistas da música popular.

A minha indignação não é contra esses cantores, mas contra os que se dizem cristãos e a eles se submetem. O que os cantores e artistas pregam e profetizam em cima dos palcos não é e nem faz parte da mensagem que Cristo ordenou que nós anunciássemos.

Alguns desses “cristãos” querem se justificar através de argumentos furados como: “Não tem nada a ver! É cultura brasileira.”

Confesso que nem tudo da nossa cultura brasileira deve ser desprezado. Porém o argumento que “não tem nada a ver” é diabólico. Tornamo-nos tão naturais que negligenciamos e ficamos cegos a respeito das realidades espirituais que acontecem antes, durante e depois destes shows mundanos. O espiritual discerne as coisas espiritualmente.

Também percebo nas Escrituras que a cultura do povo de Deus é bem diferente da cultura do Egito, da Babilônia, de outros povos e do resto do mundo. Também percebo na história que homens e mulheres que querem fazer a diferença decidem não se contaminar nem serem participantes de práticas pagãs.

Outros levantam o seguinte argumento: “Jesus andava, comia e bebia em meio aos pecadores. Se ele agiu assim eu também posso, pois sou livre.”

Com certeza você também pode fazer o que quiser, mas todas as vezes que Jesus frequentava certos lugares, Ele tinha um propósito e uma direção de Deus. Ele não buscava suprir seus próprios desejos e prazeres, mas testemunhava e manifestava a glória de Deus. Pessoas eram tocadas, libertas e curadas nesses lugares.

Quando “cristãos” se dirigem a esses lugares, querem manifestar a glória ou se distrair e satisfazer seus próprios desejos? Quantos testemunhos de “cristãos” você conhece que alcançaram bons frutos nestes shows? Se Deus te deu uma direção, quem sou eu para intervir, mas sinceramente não tenho visto bons testemunhos.

Não quero trazer nenhuma palavra que expresse apenas religiosidade, falsa santidade ou proibições do que se pode ou não se pode fazer, mas, sinceramente, é desnecessário dizer que nenhum filho de Deus, verdadeiramente nascido de novo, tem um desejo de ir a um show, a uma danceteria, ou a outros lugares de divertimento mundano, porque ele se sente bem deslocado naquela atmosfera.

Algumas coisas não podem de maneira alguma andar de mãos dadas com uma vida cristã consagrada e reta. Luzes deslumbrantes, lindas roupas, a aparência de vida e alegria e ritmos de música dançante podem parecer muito atraentes, porém uma vez mais está exposto em Provérbios 23.32: “No seu fim, morderá como a cobra e, como o basilisco, picará”.

Em tais lugares e em tal atmosfera, quantos jovens têm marchado para dentro da armadilha de Satanás, sorrindo e dançando, para depois seguirem uma vida de pecado, desilusão e desespero. O que você tem feito a respeito destas coisas?

Se você esta lendo este artigo e se enquadra dentro desta situação, e também levanta estes e outros argumentos, a última coisa que tenho para lhe dizer é: “Na verdade ou na mentira, quem decide é você.”

Mais uma vez, quero deixar bem claro que não estou pregando um evangelho cheio de jugos e proibições. No entanto, na verdade não tenho visto na vida dos “cristãos” ou “pseudocristãos” que frequentam certos ambientes uma preocupação em viver o verdadeiro evangelho do Reino e em corresponder ao desejo do coração de Deus.

Não tenho visto na vida destes o desejo de adquirir folhetos e distribuir em hospitais, asilos, orfanatos, presídios e em outros lugares onde milhares de pessoas jazem e morrem todos os dias na mais completa solidão.

Não tenho visto nenhum destes compartilhar de leituras e porções bíblicas que realmente mudaram seu coração. Não tenho visto nenhum deles compartilhar de testemunhos e experiências vividos em períodos profundos de oração e busca pela presença de Deus.

Não tenho visto nenhum deles compartilhar de momentos onde a palavra foi pregada e vidas foram salvas em ambientes de trabalho, estudo e em sua própria casa. Diz a Palavra que a boca fala do que o coração está cheio. Com você tem enchido o seu coração?

Deus está à procura de homens e mulheres que queiram dedicar seu tempo completamente a Ele, a fim de serem usados nesta geração.


Fábio Veríssimo Correia

Ser santo significa ficar isolado dos outros?




Muitos de nós aprendemos que ser santo é ser separado para Deus e somente para Ele. Criamos um conceito de que ser santo é ser separado do mundo e não se sentar com os escarnecedores.

Poderíamos, então, definir a santidade como uma bolha (isto é, ela é fechada e, pelo mínimo motivo, ela estoura e a brincadeira acaba)?

Se ser “santo” realmente fosse viver dentro de uma bolha, aconteceria o mesmo conosco. Viveríamos em nosso mundinho fechado, enquanto as pressões do mundo ficariam sobre nós. Não resistiríamos por muito tempo e, de repente, “pock!”, a bolha estourou e a santidade foi para o ralo.

Mas ser santo está bem mais além do que a vida numa bolha. Tenho aprendido que a santidade é como um peixe: ele está sempre no mar, desde que nasceu até o momento de sua morte em uma pescaria, sempre esteve no mar. No entanto, antes de se alimentar dele, temos que colocar sal, pois, por mais que ele tenha vivido sempre em água salgada, não “pegou o gosto”.

Gosto muito da ideia original da palavra “idiota”, que vem do grego “idiótes”, que é “aquele que vai contra o povo”. Aquele que faz o que geralmente as pessoas não fazem.

Assim é a santidade. Podemos viver no mundo, sair com pessoas do mundo, comer com pessoas do mundo, mas não ficamos iguais a elas. A santidade é o que nos mantém em comunhão com Deus, mesmo em companhia de amigos mundanos. Ser santo é ser sal em um mundo insosso. Esse é o nosso dever.

Nosso comportamento e testemunho muitas vezes vai ser Jesus na vida de alguém. Nem sempre vamos ter a oportunidade de falar com palavras sobre o amor de Deus por nós. Mas, muito mais que as nossas palavras, nossa vida fala bem mais forte.

Que você possa ser santo assim como um peixe. Viva com escarnecedores, mas não viva como eles.


“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pe 1.15-16)


T-7