30 de janeiro de 2012

Os perigos da secularização nas igrejas (1ª parte)

Pr. Antonio Gilberto

Em Lucas 17.26-30, encontramos um aviso do Senhor Jesus sobre os males do secularismo e seu avanço como um sinal da proximidade de Sua Segunda Vinda. Afirma Jesus no versículo 26: “Assim como foi nos dias de Noé, assim será nos dias do Filho do Homem”.

O que acontecia nos dias de Noé que se assemelham aos nossos dias? Afirma Jesus: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer, literalmente, casar e descasar-se seguidamente. Perceba que não há qualquer menção a Deus nessa passagem. O homem preocupa-se apenas consigo mesmo. Ele é o centro de tudo. Isso é homocentrismo, hedonismo, humanismo, existencialismo, secularismo.

Sobre os dias de Ló quando da destruição de Sodoma e Gomorra, que se assemelham também aos nossos dias, conforme palavras de Jesus, é dito que “Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam”, v28. Perceba quem,aqui, no versículo 28, o casamento já não é mais mencionado, a prioridade é o lazer e o passatempo, e Deus mais uma vez não é mencionado no contexto social.

De Noé a Ló, do contexto social aludido no versículo 26 ao aludido no versículo 28, são mais de 400 anos. O tempo passou, mas o homem não mudou, e ainda hoje é o mesmo, porque a sua natureza é pecaminosa.

Jesus disse: “Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma...”, v29-30. Veja o versículo 31: “Assim será no dia em que...”. Ou seja, os dias que antecedem a Segunda Vinda de Jesus serão semelhantes aos dias da saída de Ló de Sodoma.
  O que é secularismo? Termos afins a este conceito são materialismo, humanismo, racionalismo, consumismo, existencialismo, religionismo, nominalismo e mundanismo. Secularismo é o inverso da espiritualidade bíblica na vida do crente. Secularismo é, no caso da vida da igreja, uma forma sutil, capciosa, ardilosa e disfarçada de corrupção na igreja. Seus pecados são, na maior parte, pecados do espírito.

O secularismo exerce grande atração, fascínio, enlevo e efeito anestésico sobre inúmeros cristãos e inúmeras igrejas. A advertência da Palavra de Deus para esse tipo de coisa é: “Afasta-te” (2Tm 3.5).

Há vários textos bíblicos correlatos a esse assunto. Em João 15.19 e 17.14-16, encontramos o termo “mundo”, que é “kosmos” no grego. O crente e o mundo (como sistema maligno) não devem ajustar-se, harmonizar-se, identificar-se, comungar um com o outro. Em Romanos 12.1-2, mundo é, no original grego, “aion”. Em Efésios 2.2, Paulo fala que não devemos andar como dantes, “segundo o curso deste mundo (kosmos)”. Em 1 Coríntios 2.12, ele nos alerta sobre “o espírito do mundo (kosmos)”. Em 1 João 5.19, o apóstolo João assevera que “o mundo (kosmos) está posto na maligno”. Em 1 João 2.15-17, enfatiza: “Não ameis o mundo (kosmos)”. Esse é um amor mórbido, doentio, amor-mentira. Há muitos outros textos correlatos, como Tiago 4.4 e Gálatas 6.14.

Em 2 Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o presente século (aion)”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo.

Os perigos da secularização nas igrejas (2ª parte)

Pr. Antonio Gilberto

O secularismo é como um fermento agindo na massa. Paulo lembra em 1 Coríntios 5.6 que “um pouco de fermento faz levedar toda a massa”. O fermento de que Jesus falou tem muito a ver com o secularismo dentro da igreja. Jesus falou de três tipos de fermentos. Vejamos a seguir.

1) O fermento dos fariseus (Mt 16.6 e Mc 8.15). Os fariseus eram formalistas, religionistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras.

2) O fermento dos saduceus (Mt 16.6). Os saduceus eram racionalistas, agnósticos, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no miraculoso, no sobrenatural.

3) O fermento de herodes (Mc 8.15). Os herodianos eram liberalistas, iconoclastas, modernistas, politiqueiros, secularistas, irreverentes. Os herodianos profanavam o dia do Senhor.

O fermento na Bíblia representa a corrupção espiritual, agindo ocultamente na massa do povo. A Bíblia fala da corrupção doutrinária (1Tm 4.1), da corrupção no culto, inclusive no louvor e na adoração, como nos dias do Antigo Testamento, e da corrupção no ministério. Alguns exemplos de hoje são a igreja ecumênica, o culto ecumênico, a bíblia ecumênica, o ministério ecumênico etc.

O secularismo e o balaamismo na igreja estão interligados. Balaão foi um estranho profeta-adivinho do Antigo Testamento (Nm 22.5; 23.7; 25.1-3; 31.8,16; Dt 23.4 e Js 13.22). O balaamismo é uma forma de secularismo atuando no Antigo Testamento. O secularismo na “doutrina de Balaão” (Ap 2.14) é a corrupção doutrinária, a qual leva à corrupção do culto e do povo. O texto bíblico fala: “Diante dos filhos de Israel”. É a mistura da igreja com o mundo, como se fosse um só povo.

O secularismo no “caminho de Balaão” (2Pd 2.15) é o profissionalismo material, uma ambição doentia por cargos e consagrações, o mercenarismo religioso, o mercantilismo nas coisas santas do Senhor, a “torpe ganância” citada várias vezes nas Epístolas.

O secularismo no “engano de Balaão” (Jd 11) é a dependência do raciocínio puramente humano, do intelectualismo humano nas coisas do Senhor. Por exemplo: interpretar as Escrituras pelo raciocínio humano somente, administrar a obra de Deus pelo saber humano, e julgar e decidir as coisas do Senhor apenas pelo raciocínio humano.

Devemos nos lembrar que, à luz da Bíblia, alguns “materiais” são imprestáveis na edificação da Igreja. Nesses “materiais”, temos lições preventivas sobre os males do secularismo na igreja. Se não, vejamos:

1) A igreja é comparada a um edifício espiritual em construção. “Eu edificarei a minha igreja”, Mt 16.18. “Sois edificados casa espiritual”, 1Pd 2.5. Podemos ver também essa verdade em Efésios 2.20-22 e 4.12.

2) Em 1 Coríntios 3.10-17, três dos seis materiais mencionados (v12) são impróprios para a edificação da Igreja do Senhor: madeira, feno e palha. São materiais efêmeros, baratos e reprovados por Deus. No sentido figurado da Escritura, esses materiais estão repletos de traiçoeiro secularismo (com outros nomes).

3) Os materiais aprovados por Deus são ouro, prata e pedras preciosas (v12). São materiais duradouros, custosos e especiais.

Os perigos da secularização nas igrejas (3ª parte)

Pr. Antonio Gilberto

Vejamos agora alguns agentes promotores do secularismo (mundanismo) na igreja. São eles, à luz da Bíblia:

1) 2 Coríntios 4.4: “O deus deste século”. Século aqui é “aion”.

2) 1 Coríntios 2.12: “O espírito do mundo (kosmos)”. Ver também 1 João 4.3.
 3) A mídia em geral. Conteúdos de vídeo, áudio, imagem, páginas impressas, internet etc que esteja saturado com o secularismo maléfico e maligno. Exemplo: A mídia principalmente televisiva, que prevalece no lar. Ela orienta os filhos e forma a mentalidade, molda a personalidade das crianças e adolescentes, induzindo-as (bem como os seus pais) ao mal de modo sutil. Atentemos para Deuteronômio 13.5b, Salmos 101.3, Provérbios 23.5 e 1 Coríntios 10.31b. Sim, induz a todos, inconscientemente, ao comportamento reflexo (por aquilo que vê e ouve), ao despudor (Por exemplo: lascívia, luxúria. Ver Oséias 4.12 e 5.4), à permissividade em geral, ao amor-livre, ao sexo-livre, como se tudo fosse natural, normal; à violência e à trapaça, ao engano, ao “jeitinho” e à mentira.

4) O acúmulo injusto, iníquo, de riqueza (Ec 5.10; Ef 5.5; Jr 17.11; Sl 39.6 e 62.10).

5) O trabalho material exagerado e contínuo. A pessoa não tem tempo para Deus, nem para a família, nem para a causa de Deus.

6) A consuetude da sociedade ímpia, incrédula, sem Deus. Paulo nos diz em Romanos 12.2: “Não vos conformeis com este mundo”. São usos, práticas, costumes, tradições e comportamentos sociais na igreja que são anticristãos, anti-Deus, antiéticos e antiestéticos. 

7) As mutações sociais na família, constantes e rápidas. Veja 1 João 2.15, onde mundo é “aion”. Essas mutações lentamente enfraquecem, fragmentam, desagregam e arruinam a família, e daí a igreja, pois esta é a constituída de famílias. Em Daniel 7.25, lemos: “E cuidará em mudar os tempos e a lei”. Aqui, devemos conferir 2 Tessalonicenses 2.3, que fala da atividade do “homem do pecado (ho anomos)”.

8) A desumanização do ser humano. Refiro-me ao desaparecimento do amor no ser humano (2Tm 3.1-4). Em Mateus 24.12, Jesus diz: “O amor de muitos esfriará”. 2) No versículo 1 de 2 Timóteo capítulo 3, lemos: “Nos últimos dias”. Atente para a descrição dos últimos dias nesse capítulo. Ali há um aviso profético da Palavra de Deus. No versículo 2:  “Amantes de si mesmos (phil/autos)”. No versículo 2: “Avarentos (phil/arguros)”. No versículo 3: “Sem afeto natural (a/storgoi)” e “sem amor para com os bons (a/phil/agathos)”. E no versículo 4: “Mais amigos dos deleites (phil/hedones)”. Como se portará a humanidade sem amor?

9) A multiplicação do conhecimento humano sem sabedoria (Dn 12.4).

Os perigos da secularização nas igrejas (4ª parte)

Pr Antonio Gilberto

Vejamos agora, como prometido, os efeitos maléficos do secularismo nas igrejas. Vamos ver apenas alguns desses efeitos.


1) O crente acostumar-se ao prazer doentio, como se isso fosse natural. “Tiveram prazer na iniquidade”, 2Ts 2.12. Por exemplo: O crente sentir prazer em cenas violentas, desumanas, imorais, repulsivas, como luta de boxe, cenas de tortura, publicações abomináveis, vídeo imoral e violento, e outras fontes de prazer doentio, sádico, selvagem, anormal, pecaminoso. 


2) O crente tornar-se espiritualmente infrutífero, inútil, parasita. “Nenhum de nós vive para si”, Rm 8.14. “Estrela errante”, Jd 13.


3) O crente tornar-se espiritualmente “pesado”, e daí viver “colado” às coisas efêmeras desta vida. Apegar-se a este mundo, colocando em detrimento as coisas do Senhor (Lc 21.34 e Gl 3.19b). São pessoas que só pensam nas coisas terrenas.


4) O crente tornar-se indiferente, apático, enfastiado para as coisas do Espírito (Ap 3.14,17). 


5) A prevalência do nominalismo religioso entre os crentes. “Os discípulos foram chamados cristãos” (At 11.26) – isto é, eles não chamaram de cristãos a si mesmo, eles foram chamados assim. Eles não apenas pregavam a Cristo, mas também viviam, de fato, o Evangelho de Cristo.


6) A inversão de valores espirituais na igreja (Is 5.20; 2Rs 16.10-20).


7) A exagerada institucionalização da igreja. É quando a  igreja se torna apenas uma denominação a mais, uma organização religiosa a mais, apenas uma máquina religiosa programada. Uma máquina fabrica, mas não cria. Confira, no original grego, a expressão “criado”, em 1 Timóteo 4.6.


Vejamos a seguir, e para concluir, alguns breves e terríveis exemplos de secularismo:
a) Esaú como PESSOA. “Profano como Esaú”, Hb 12.16.
b) Israel como POVO. “Engordando-se Jerusum, deu coices”, Dt 32.15.
c) Laodicéia como IGREJA. Era rica espiritualmente, e tornou-se pobre (Ap  3.17). 
d) Demas como OBREIRO. “Amou o presente século”, 2Tm 4.10.


Lembremo-nos da advertência de Jesus sobre o resultado do mero religionismo sem realidade e sem conteúdo espiritual (Mt 7.20-23). Jesus falou: “Para que vejam a minha glória”, Jo 17.24. “Unjas os teus olhos com colírio para que vejas”, Ap 3.18. Disse o Dr. John Rice: “Se todo crente pudesse (1) apreciar de fato o que é o Céu, (2) o que é a glória e a majestade de Cristo, e (3) o que nos espera lá, teríamos tanto desejo de ir para lá que nos desprenderíamos de tudo o que fosse possível aqui, de modo que o mundo não teria entre os crentes um só torcedor, um só admirador, um só amigo”.


Vamos todos buscar, receber e conservar o real avivamento bíblico, com suas infinitas bênçãos, conquistas e triunfos. Essa é a principal resposta divina para a avalanche de secularismo que investe contra a Igreja do Senhor.
Fonte: CPADNews

25 de janeiro de 2012

Carta aberta aos quase crentes e meio-crentes



Atentem-se, homens incrédulos, desonestos, profanos, homens e mulheres indecentes, escravos da luxúria e de paixões, escarnecedores da verdade de Deus: como poderão escapar da danação do inferno?

Vocês, homens de negócios, cujas almas são absortas pela busca do lucro, vocês, povo de riqueza sem riquezas para com Deus, e vocês, passageiros na viagem da vida sem oração, sem relações com a Igreja, sem preocupação com sua alma imortal, prestem atenção.

O inferno tem se alargado e aberto a sua boca sem medida, e a glória, a multidão, a pompa e o regozijo de vocês devem descer a ela.

Atentem-se, quase-cristãos, que permaneceram há muitos anos às margens do reino, olhando através das portas, mas nunca totalmente prontos para adentrá-las; pretendendo, mas nunca executando; muitas vezes desejando, mas ainda assim adiando; esperando, mas sem direito à esperança, o apelo é a vocês.

Como deverão escapar se negligenciaram tão grande salvação? Vocês, que se nomearam cristãos, mas tendo esquecido suas promessas da aliança, vocês são como a mulher de Ló: começaram do lugar de pecado e morte, mas têm hesitado na metade do caminho, e ficaram a olhar pra trás. Vocês são como um Judas batizado: através de palavras cobiçosas e fingidas, fazem mercadoria da graça de Deus. Vocês não veem que a sua sentença, agora de um longo tempo tardada, e a sua perdição não dormitam?

E vocês, que andam distraídos ou indiferentes perante estas grandes questões, dormindo em meio a ondas intensas da retribuição vindoura, a mensagem é para vocês.

Que pretendem, dormentes? Levantem-se. Invoquem a Deus para que Ele se lembre de vocês e para que não pereçam, pois "se qualquer um não for encontrado escrito no Livro da Vida, será tragado" (Ap 21.15).

Não se entreguem à emoção destas palavras e não direcionem a atenção para a piedade delas apenas, mas saibam que elas são a verdade nua. A salvação é gratuitamente oferecida e gratuitamente dada. Vocês vão viver ou morrer eternamente, e isso tem a ver com Jesus Cristo. Escolham com quem servirão.

Paul Washer

Diná, as jovens crentes e a curiosidade pelas coisas do mundo




Depois de morar por um tempo em Sicote, no vale do rio Jordão, Jacó se mudou com sua família para Siquém. Foi naquela cidade que Abraão, seu avô, havia feito o primeiro acampamento ao entrar em Canaã; portanto, a cidade tinha um significado especial para ele. Também era uma resposta à sua oração, em Betel, de voltar em segurança à sua terra natal.


Jacó comprou algumas terras dos filhos de Hamor. Ali montou suas tendas e construiu um altar para o sacrifício da manhã e da tarde. Também cavou um poço para ter água (ver João 4.14). A família vivia praticamente isolada, para não se misturar com os idólatras cananeus. Aquela era uma recomendação divina que não devia ser desprezada.


Em Gênesis 34, vemos a história de Diná, a filha caçula de Léia e Jacó, que devia estar com uns quinze anos de idade nesse tempo. Como é próprio dos adolescentes, sua curiosidade foi despertada para o que havia sido proibido. Tinha tanta vontade de conhecer os hábitos e costumes dos vizinhos que um dia saiu sozinha e sem autorização para ver como eram as festas deles. Talvez tivesse sido convidada por uma amiga.

Aconteceu que um dos homens da cidade se engraçou com ela. Se isso não bastasse, forçou-a a ter relações sexuais com ele. Aquela era uma situação comum em Canaã, para se ter uma ideia de quão baixos eram os tais "costumes". O homem notou, porém, que aquela mocinha era diferente das outras e acabou se apaixonando por ela. Não podia deixá-la ir embora. Teria que tomar providências para tê-la como esposa.

Enquanto isso, todos começaram a sentir falta de Dina em casa. O que teria acontecido? A notícia correu rapidamente e chegou aos ouvidos de Jacó. Ele ficou angustiado. Como resolveria a situação? Se recusasse o pedido de casamento, seria malvisto pelos siquemitas; se concordasse, estaria desobedecendo a uma ordem clara de Deus. Era necessário encontrar uma solução; afinal, a moça estava detida na casa do filho de Hamor, um dos homens mais importantes da cidade.

Quando estive meditando na passagem bíblica que conta essa história, eu lembrei como muitas adolescentes cristãs têm se parecido com Diná.


Posso relacionar dois pontos cruciais que identificam a filha de Jacó com muitas jovens crentes de hoje:

(v. 1) - "Saiu Diná a ver as filhas da terra"



Segundo Flavio Josefo, havia um grande festival em Siquém, e Diná foi lá para ver de que maneira as mulheres daquele país se vestiam. Diná teve interesse por aquilo que não podia. Ir a Siquém foi fundamental para que Diná atraísse o interesse de Hamor, príncipe de Siquém. Da mesma forma, muitas adolescentes têm tido amizade (Tg 4.4) e até amor (1 Jo 2.15) pelos atrativos mundanos.



Conheço algumas adolescentes que passaram a ter grandes afinidades com amigos não cristãos. Muitas tinham um caráter cristão dentro da igreja e um mundano nos colégios. Depois se saírem para festas e diverimentos seculares, algumas chegaram a engravidar dos garotos. Outras, saíram da igreja e não voltaram mais. Com isso, não quero dizer que não se pode ter relações sociais com as pessoas não crentes, mas o problema está quando se age como Diná, "sair para ver as filhas da terra". Jovens, mantenham-se firmes na casa do Senhor (Hb 10.25)!



(v. 2) As atitudes do príncipe Hamor


Hamor era um príncipe heveu na terra de Siquém. Seu status lhe dava a ousadia de ter quantas mulheres ele quisesse. Se, porventura, ele não tivesse esse cargo tão alto, provavelmente não atrairia a mesma atenção feminina. Para conquistar Diná, o processo começou na curiosidade até chegar à violação e ao aliciamento. Os estágios foram:


- Viu-a (atração): Ele viu Diná em suas terras e ficou atraído por ela.


- Tomou (ação): Assim como aconteceu com Sansão (Jz 14.1) e Davi (2 Sm 11.2), Hamor também tomou a iniciativa contrária aos princípios divinos.


- Deitou-se com ela (possessão): Diná, então, passou a ser escrava dele.


- Humilhou-a ou estuprou-a (obsessão e compulsão): Por fim, passou a dominá-la e mantê-la como prisioneira.


Dessa mesma forma, os jovens descrentes nunca começam a "orar para saber se a irmã é da vontade de Deus". A primeira ação é perguntar aos amigos se conhecem aquela adolescente crente. Depois, não esperam muito tempo e já partem pra cima. Como as moças se sentem atraídas (já que - assim como Hamor - dificilmente os jovens não crentes não são atraentes e bonitos, na visão delas), eles - sem princípios de pureza e moralidade - partem logo para as relações sexuais. Daí pra frente, surge a gravidez, o fim da vida juvenil, o afastamento de Deus....


A história de Diná e Hamor se segue ao longo do capítulo 34 de Gênesis. No fim das contas, os irmãos de Diná se vingam contra Hamor pelo abuso contra ela e matam-no.


Tudo isso começou pelo simples fato de Diná sair da sua terra para conhecer outra que não podia. A recomendação de Deus para os adolescentes é que meditem sobre a história da filha de Jacó e analisem seu comportamento. Tenho visto muitas adolescentes reclamarem que "na igreja, não tem nenhum menino interessante" (e vice-versa). Mas o propósito divino é que cada jovem mantenha-se firme, bebendo da própria fonte (Pv 5.15-17; Jr 2.13).


Muitos adolescentes descrentes veem que a saída tem sido se infiltrar no meio evangélico para poderem namorar as jovens da igreja. Assim como Hamor, que topou as exigentes propostas de Jacó só para ter Diná, alguns lobos estão dispostos a ceder às leis denominacionais por puro interesse afetivo, ou seja, estão entre nós apenas para ter o aval legal de se relacionarem com as meninas crentes.


Então, que as adolescentes e jovens cristãs mantenham-se vigilantes (Mt 26.41) e fujam do julgo desigual (2 Co 6.14-17). Se o mundo é interessante e tem seus atrativos, ele não deixa de ser maléfico, maligno e destruidor, além de ir ao encontro do que Deus quer para as nossas vidas.



"... tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles." (Jr 15.19)

23 de janeiro de 2012

Denunciar o erro não é ser crítico e desagregador

Virou mania defender todo tipo de erro com o argumento superficial do "vamos parar de criticar e orar mais", "nós não podemos julgar", "Deus opera como quer, quem é você para julgar?". Mas será que é assim que funciona?

Você é bíblico? Sua igreja é bíblica?


Já ouvi muita gente se confundir com essa palavra. Tem gente que pensa que ser bíblico é citar passagens bíblicas em um programa de TV, na rádio, na Internet ou no púlpito da igreja. Ora, posso citar aqui dezenas de seitas que fazem o uso do texto bíblico.


Citar uma passagem da Bíblia, manuseá-la e realizar um sermão com base na Bíblia não faz desse ou daquele pastor, missionário, seja lá quem for, uma pessoa bíblica ou igreja bíblica. Mas, afinal de contas, o que é ser bíblico?

22 de janeiro de 2012

Crentes "Raimundo": nunca estiveram tanto no mundo como hoje

Confesso que fico assustado com os tipos de conversa e os tipos de fotos que tenho presenciado nesse diversificado mundo gospel.

Grupos de cristãos, ou, sei lá, “pseudocristãos”, têm apresentado, com grande orgulho e alegria, fotos e imagens em shows do Rappa, Ana Carolina, Ivete Sangalo, Lenine e outros artistas da música popular.

A minha indignação não é contra esses cantores, mas contra os que se dizem cristãos e a eles se submetem. O que os cantores e artistas pregam e profetizam em cima dos palcos não é e nem faz parte da mensagem que Cristo ordenou que nós anunciássemos.

Alguns desses “cristãos” querem se justificar através de argumentos furados como: “Não tem nada a ver! É cultura brasileira.”

Confesso que nem tudo da nossa cultura brasileira deve ser desprezado. Porém o argumento que “não tem nada a ver” é diabólico. Tornamo-nos tão naturais que negligenciamos e ficamos cegos a respeito das realidades espirituais que acontecem antes, durante e depois destes shows mundanos. O espiritual discerne as coisas espiritualmente.

Também percebo nas Escrituras que a cultura do povo de Deus é bem diferente da cultura do Egito, da Babilônia, de outros povos e do resto do mundo. Também percebo na história que homens e mulheres que querem fazer a diferença decidem não se contaminar nem serem participantes de práticas pagãs.

Outros levantam o seguinte argumento: “Jesus andava, comia e bebia em meio aos pecadores. Se ele agiu assim eu também posso, pois sou livre.”

Com certeza você também pode fazer o que quiser, mas todas as vezes que Jesus frequentava certos lugares, Ele tinha um propósito e uma direção de Deus. Ele não buscava suprir seus próprios desejos e prazeres, mas testemunhava e manifestava a glória de Deus. Pessoas eram tocadas, libertas e curadas nesses lugares.

Quando “cristãos” se dirigem a esses lugares, querem manifestar a glória ou se distrair e satisfazer seus próprios desejos? Quantos testemunhos de “cristãos” você conhece que alcançaram bons frutos nestes shows? Se Deus te deu uma direção, quem sou eu para intervir, mas sinceramente não tenho visto bons testemunhos.

Não quero trazer nenhuma palavra que expresse apenas religiosidade, falsa santidade ou proibições do que se pode ou não se pode fazer, mas, sinceramente, é desnecessário dizer que nenhum filho de Deus, verdadeiramente nascido de novo, tem um desejo de ir a um show, a uma danceteria, ou a outros lugares de divertimento mundano, porque ele se sente bem deslocado naquela atmosfera.

Algumas coisas não podem de maneira alguma andar de mãos dadas com uma vida cristã consagrada e reta. Luzes deslumbrantes, lindas roupas, a aparência de vida e alegria e ritmos de música dançante podem parecer muito atraentes, porém uma vez mais está exposto em Provérbios 23.32: “No seu fim, morderá como a cobra e, como o basilisco, picará”.

Em tais lugares e em tal atmosfera, quantos jovens têm marchado para dentro da armadilha de Satanás, sorrindo e dançando, para depois seguirem uma vida de pecado, desilusão e desespero. O que você tem feito a respeito destas coisas?

Se você esta lendo este artigo e se enquadra dentro desta situação, e também levanta estes e outros argumentos, a última coisa que tenho para lhe dizer é: “Na verdade ou na mentira, quem decide é você.”

Mais uma vez, quero deixar bem claro que não estou pregando um evangelho cheio de jugos e proibições. No entanto, na verdade não tenho visto na vida dos “cristãos” ou “pseudocristãos” que frequentam certos ambientes uma preocupação em viver o verdadeiro evangelho do Reino e em corresponder ao desejo do coração de Deus.

Não tenho visto na vida destes o desejo de adquirir folhetos e distribuir em hospitais, asilos, orfanatos, presídios e em outros lugares onde milhares de pessoas jazem e morrem todos os dias na mais completa solidão.

Não tenho visto nenhum destes compartilhar de leituras e porções bíblicas que realmente mudaram seu coração. Não tenho visto nenhum deles compartilhar de testemunhos e experiências vividos em períodos profundos de oração e busca pela presença de Deus.

Não tenho visto nenhum deles compartilhar de momentos onde a palavra foi pregada e vidas foram salvas em ambientes de trabalho, estudo e em sua própria casa. Diz a Palavra que a boca fala do que o coração está cheio. Com você tem enchido o seu coração?

Deus está à procura de homens e mulheres que queiram dedicar seu tempo completamente a Ele, a fim de serem usados nesta geração.


Fábio Veríssimo Correia

Ser santo significa ficar isolado dos outros?




Muitos de nós aprendemos que ser santo é ser separado para Deus e somente para Ele. Criamos um conceito de que ser santo é ser separado do mundo e não se sentar com os escarnecedores.

Poderíamos, então, definir a santidade como uma bolha (isto é, ela é fechada e, pelo mínimo motivo, ela estoura e a brincadeira acaba)?

Se ser “santo” realmente fosse viver dentro de uma bolha, aconteceria o mesmo conosco. Viveríamos em nosso mundinho fechado, enquanto as pressões do mundo ficariam sobre nós. Não resistiríamos por muito tempo e, de repente, “pock!”, a bolha estourou e a santidade foi para o ralo.

Mas ser santo está bem mais além do que a vida numa bolha. Tenho aprendido que a santidade é como um peixe: ele está sempre no mar, desde que nasceu até o momento de sua morte em uma pescaria, sempre esteve no mar. No entanto, antes de se alimentar dele, temos que colocar sal, pois, por mais que ele tenha vivido sempre em água salgada, não “pegou o gosto”.

Gosto muito da ideia original da palavra “idiota”, que vem do grego “idiótes”, que é “aquele que vai contra o povo”. Aquele que faz o que geralmente as pessoas não fazem.

Assim é a santidade. Podemos viver no mundo, sair com pessoas do mundo, comer com pessoas do mundo, mas não ficamos iguais a elas. A santidade é o que nos mantém em comunhão com Deus, mesmo em companhia de amigos mundanos. Ser santo é ser sal em um mundo insosso. Esse é o nosso dever.

Nosso comportamento e testemunho muitas vezes vai ser Jesus na vida de alguém. Nem sempre vamos ter a oportunidade de falar com palavras sobre o amor de Deus por nós. Mas, muito mais que as nossas palavras, nossa vida fala bem mais forte.

Que você possa ser santo assim como um peixe. Viva com escarnecedores, mas não viva como eles.


“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pe 1.15-16)


T-7

21 de janeiro de 2012

Tem gente que tem tempo pra tudo, menos pra orar. E depois quer ser abençoado...


Deus nos convida para entrarmos em sua presença. Ele nos diz que está conosco e dentro de nós, que está esperando ouvir de nós, que é poderoso e vai nos responder. Mais ainda, Ele nos fala quais os hábitos que devemos desenvolver para usufruirmos de suas bênçãos.

Crentes mal-educados




A grosseria tem se tornado um costume no meio do povo, principalmente do chamado “povão”. Pouca gente se atenta ao próximo com o respeito que se espera.


Motoristas de ônibus esparramam as poças de água da chuva nos passageiros que estão nas paradas. Motociclistas e ciclistas são escancaradamente desrespeitados nas vias públicas. Velhos são xingados nas longas filas de banco quando, por causa da idade, já não conseguem ter tanta facilidade para usar os caixas eletrônicos.


Mas até nas igrejas se nota isso. Basta ver a concorrência para pegar ou reservar lugar nos bancos em dias de festa, quando a igreja lota. Alguém sempre quer ter vez, algum quer sempre o melhor. Para si. Bom dia? Só para conhecidos. Saudações? Só para os chegados e pronto.


A falta de bons modos acaba trazendo à tona uma discussão: até que ponto o homem é educado e prestativo com o próximo? A Bíblia enfatiza que Deus se agrada daqueles que são comunicativos e beneficentes uns com os outros (Hb 13.16). Mas por que – até mesmo no meio cristão – há um desprezo notável para com o vizinho? Por que, mesmo sem se conhecer, as pessoas já não dão um tratamento adequado ao ser humano ao lado?


Ser sociável com o próximo não custa nada. Até custa. É um sacrifício, como Hebreus 13.16 relata. Mas vale a pena. Nunca é tarde tratar bem aqueles que merecem e precisam. O estresse rotineiro e os problemas mal resolvidos nas mais diversas áreas da vida não podem ser uma justificativa para a brutalidade ignorante que – infelizmente – tem se tornado comum para muita gente.


As pessoas estão mais rancorosas. Basta uma pisada no pé e os nervos afloram. Não é o fato de a pessoa ter um temperamento forte que ela deve tratar os outros da forma mais desprezível possível. Independente de qual for o nível de temperamento, o correto mesmo é seguir a Bíblia: ser de um mesmo parecer, viver em paz; e o Deus de amor e de paz será quem age assim (II Co 13.11).


Com certeza, quem está lendo esse texto conhece um caso de desrespeito que uma pessoa já sofreu no meio evangélico, se é que o próprio leitor já não passou por isso. Mas se as pessoas se atentarem mais à educação, ao convívio saudável e à presteza para com o próximo, novos ares de paz serão respirados em ambientes tão poluídos pela ignorância selvagem nos dias de hoje.

20 de janeiro de 2012

Crente tem que se casar com crente. E não tem essa de “vou ganhar pra Jesus”


Desde o tempo do Antigo Testamento, as pessoas tinham a preocupação de se casar com alguém que também servisse a Deus. Até mesmo em Israel a questão de casamento não era racial, mas espiritual. Os israelitas eram proibidos de casar com alguém que fosse estrangeiro, para que essa pessoa não induzisse a adoração de outros deuses no meio deles.


O pretendente não precisava ser da descendência física de Abraão para ser considerado judeu, mas compartilhar da mesma fé que ele tinha. Quem se convertia ao judaísmo era chamado prosélito, como podemos ver em Atos 2.11, que fala de convertidos ao judaísmo de varias partes do mundo:

O princípio de não se envolver com um não judeu era repetido vez após vez na antiga aliança, e quando por algum motivo ele era ignorado, sempre trazia miséria, maldição e desgraça.

Veja o caso de Sansão, em Juízes 16, para exemplificar o que aconteceu quando um homem de Deus se casou com alguém que servia a outros deuses. Ele se afeiçoou a Dalila, mesmo sabendo que ela não servia a Deus.

Sansão era alguém com um voto de servir ao Senhor, e um homem chamado para ser um juiz em Israel. Mas ao insistir em desenvolver um relacionamento errado, fora dos padrões do Senhor, com alguém que adorava ídolos, ele se abriu para que o inimigo pudesse atacá-lo e destruir sua vida.

Quando os príncipes dos filisteus souberam do seu envolvimento com Dalila, viram isso como uma brecha para poder vencer e matar Sansão. Assim, sugeriram que ela o persuadisse a contar de onde vinha sua grande força, e de como poderia ser amarrado e derrotado. Ambiciosa e de olho na grande quantia de moedas de prata que lhe foi oferecida, não pensou duas vezes em trair Sansão e revelar o seu segredo aos filisteus.

O resultado todos nós sabemos. Sua cabeça foi raspada, o Senhor se retirou dele, perdeu sua força e caiu nas mãos dos inimigos que o cegaram. De fato, alem de sofrer a derrota, deu combustível aos príncipes para festejarem a vitoria, atribuindo-a ao deus Dagon.

Depois, exposto à chacota popular e sem enxergar um palmo à frente do nariz, abraçou as colunas que sustentavam o templo, derrubando-o. E, em sua morte, acabou matando mais gente do que em todo o período em que viveu.

Mesmo tendo vencido muitos inimigos na morte, a sua perda foi uma tragédia para Israel, pois a nação ficou sem seu principal defensor e herói contra seus maiores inimigos. Sua atitude de se relacionar com alguém que não servia ao Deus verdadeiro trouxe destruição e desgraça não somente a sua vida, mas também deixou o povo que tanto contava com ele a mercê dos filisteus.

Da mesma forma, quando você insiste em se relacionar com alguém que não serve a Deus, está se abrindo a desgraça e a destruição, e um desfecho da sua historia pessoal que é quase certo será tão triste e desastroso quanto o de Sansão.

No Novo Testamento também temos uma advertência forte sobre o relacionamento com um descrente: “Não entrem debaixo do mesmo jugo daqueles que não amam ao Senhor, pois que tem o povo de Deus em comum com o povo do pecado? Como pode a luz conviver com as trevas? E que harmonia pode haver entre Cristo e o diabo? Como pode um cristão ser companheiro de alguém que não crê?” (2 Coríntios 6.14,15)

Para que um amor seja duradouro, o relacionamento entre duas pessoas precisa estar permeado de uma vida ativa e real com Deus. E na hora de escolher seu futuro cônjuge, esse deve ser o critério principal.

Toda vez que eu vejo alguém quebrar esse princípio, com raríssimas exceções, o fim é sempre trágico. Muitas vezes a pessoa acaba se iludindo, e começa a racionalizar: “Eu vou conseguir trazê-lo para perto de Deus”.

Mas quase sempre acontece o contrário. Você é que começa a correr o risco de se afastar do Senhor. Ao quebrar um princípio da Palavra simplesmente para as coisas acontecerem do seu jeito e conseguir um relacionamento mais rápido, você está se abrindo à maldição, ao engano e à tristeza. Se você mantiver um compromisso de procurar o amor da sua vida da forma correta, irá colher uma seara de bons frutos na sua vida por essa sabia decisão.

Trecho retirado do livro À procura do amor da sua vida, de Gary Haynes